terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um amor que supera tudo - Final

Final Feliz

Zezé e Nina não se desgrudam um só minuto. Eles sabem exatamente o passo que o outro dá e não é super controle, é uma necessidade que os dois têm de estarem sempre juntos, se completando.
O casal, que hoje já tem 54 anos de casados, agora não vai mais aos bailes. Zezé agora toca na igreja e nas festas de Folia de Reis, Nina o acompanha a todo lugar, é claro. Eles vão juntos para a Unidade de Atendimento ao Idoso. Lá, ela faz fuxico, bordado, crochê e ele natação. Não é difícil se apaixonar por esse casal. É como quando se duas peças de quebra cabeça que se juntam para formar um só desenho.
Despeço-me do casal com um até logo, já que essa amizade ainda tem alguns bons anos para ser cultivada.

Um amor que supera tudo - 7



Após muitas turbulências, Nina e Zezé tiveram uma vida tranqüila e feliz por vários anos. Para eles o essencial é o amor e a fé. Por volta de 2005, algumas doenças de Nina se agravam. Diabetes, problemas na tireóide e coração a deixaram na cama. Ela precisava fazer cateterismo. Não podia pegar peso, cozinhar, passar ou lavar roupa, nada do serviço de casa. A cama era sua aliada.
Um vizinho lhe emprestou uma imagem de Nossa Senhora D’Abadia de Uberaba. Por um mês inteiro ela ajoelhou e fez sua oração. Por duas vezes foi ao hospital, mas o aparelho necessário para fazer a cirurgia estava estragado. O último dia da novena antecedia a mais uma tentativa de fazer a cirurgia. Quando ela terminou a oração o filho chegou à sua casa e lhe disse que o exame tinha sido desmarcado novamente e não havia previsão para voltar.
Nina então foi rezar e fazer um pedido à Nossa Senhora. “Eu pedi que ela me desse uma resposta sobre o que seria de mim. Se eu ia morrer ou ser curada, queria só uma resposta”, conta Nina emocionada.
E ela teve a sua resposta. “À noite, eu entrei no quarto chorando e de repente o meu quarto ficou muito claro e eu vi Nossa Senhora. Ela me falou assim: ‘Minha filha, não chora mais que sua vida vai mudar a partir de hoje.’ Eu dei um grito e o Zezé veio me ver e não quis acreditar em mim”, relata Nina chorando.
Depois disso, Nina foi ao médico no dia seguinte, fez exames e teve um diagnóstico. Nina estava mais forte do que o próprio médico. “O médico perguntou pro Zezé se ele tinha feito alguma macumba pra eu melhorar”, diz Nina em um tom revoltado.
Após a confirmação dos resultados, Nina voltou a sua vida normal. Agora só toma cuidado com açúcar para a diabetes.

Um amor que supera tudo - 6

O casamento

No dia 12 de abril de 1956, aconteceu o tão sonhado casamento, que segundo o noivo foi o dia mais feliz de sua vida. “Quando vi a Nina entrando na igreja, eu senti como se estive nascendo de novo”, diz Zezé com os olhos brilhando.
Poucos dias depois Nina teve que operar para retirar o apêndice que havia inflamado. Dona Avelina ainda pediu para o médico “ligar” a filha para que ela não pudesse engravidar. O médico não aceitou o pedido.
Depois de dois anos de casados nasceu o primeiro filho, Lemart. Zezé conta que, “depois que a mãe da Nina viu que ele não era escurinho ela apaixonou pelo menino e não saía mais de dentro lá de casa”.

Humildade

Dona Avelina, aos 53 anos, teve agravações na tireóide e diabetes. Ficou muito doente e no fim morreu nos braços da filha e do genro. Embora o casamento tenha acontecido e ela até melhorado, nunca pediu desculpas para Zezé pelas atitudes que teve.
Senhor Arlindo, algum tempo depois da morte da mulher sofreu derrame e ficou paralisado de um lado. “A gente levou ele pra morar na nossa casa, dava banho, cuidava dele o tempo inteiro”, conta Zezé. Também faleceu com a filha e o genro zelando por ele, como a esposa. O sogro, porém, se redimiu com Zezé. “Se alguém brigasse comigo ele comprava a briga. Era Deus no céu e eu na terra”, ele lembra saudoso.
Nina teve mais dois filhos, Leovaldo e Lenard. Leovaldo nasceu com sopro e não agüentou mais do que nove meses. “Naquela época a medicina era muito fraca, até cirurgia de apêndice era arriscado”, conta Zezé.

Dias de casados


A vida de casados sempre foi ótima, já que eles se amam tanto, como garante Zezé. Ele continuou a tocar nos bailes, mas agora iam todos. “Quando me chamavam eu aceitava só se minha ‘muié’ pudesse ir. Colocava a sanfona de um lado e a Nina e os meninos de outro e ia tocar nos bailes, depois de casado eu nunca fui tocar sem ela” se orgulha Zezé.
Sempre passou pelas dificuldades se fortalecendo na fé. Católicos, afirmam já ter recebido muitas graças pela intercessão dos Santos Reis e Nossa Senhora D’Abadia. Morou em Ponte Alta até 1990, quando voltaram para Uberaba.

Um amor que supera tudo - 5

A Saga

Mas é claro que Arlindo e Avelina não queriam nem ouvir o nome “José”. Nina, geniosa como ainda é, namorava escondido sobre os olhares afetuosos e cúmplices da madrinha Isaura Costa. “Ela me chamava pra ir ajudar na casa dela e chamava Zezé na pedreira, desse jeito a gente namorou dois anos assim”, relembra Nina.
Um dia, como só uma mulher decidida faz, Nina deu o ultimato, perguntou se Zezé tinha coragem de assumir o noivado novamente com ela. “Eu estava cansada de me encontrar com ele às escondidas. Não precisava pedir para ninguém, eu já era maior de idade”, diz a espanholinha.
Eles ficaram noivos e, ainda sim, Arlindo tentou convencer José a desistir do casamento. José então pediu que ele fizesse a proposta para a filha, sabendo da resposta. Arlindo desistiu da idéia, mesmo não concordando com o casamento.

Um amor que supera tudo - 4

Cafajeste

Tudo bem, Zezé era um moço de boa índole e família de respeito. Mas quem disse que ele não adorava um rabo de saia? Ele ficou noivo de Nina, continuou o noivado com Eli e ainda tinha outros truques. “Ele adiantava o relógio e me falava que tava na hora de ir embora, saía pras festas nas fazendas”, relata uma Nina com uma pontinha de ciúmes enquanto Zezé se diverte rindo, naquele estilo de criança que fez coisa errada.
Como dizem, “mentira tem perna curta”... E a de Zezé não demorou muito para ser desmascarada. Em um belo dia, eis que aparecem Eni e Maria Ferreira em Ponte Alta e param na casa de Nina, em uma conversa pra lá de séria com duas sogras, um sogro e duas noivas.
Discussão vai, discussão vem e no fim o término dos dois noivados. “A Nina e a Eni tiraram as alianças do dedo, eu tirei uma do dedo e outra da carteira”, se diverte Zezé contando a história.
Então Nina desistiu do seu amor? Não. As traições e mentiras não foram o bastante para que ela esquecesse o amado. “Eu sabia que ele era mulherengo, sabia da outra noiva, da vida inteira dele, mas eu gostava dele... Gostava não, eu gosto, sou louca por esse homem”, comenta Nina entre suspiros apaixonados.

Um amor que supera tudo - 3

O início

Não demorou muito para conhecer Nina nos bailes em que tocava e logo se encantar pela pequena moça dos olhos puxados. “Logo que a gente se conheceu a gente ficou se gostando”, conta Zezé. Logo, logo, o namoro entre os dois começou.
A noiva de Uberaba? Sim, ela continuava também. Durante a semana ele ficava com Nina e nos fins de semana com Eli.

Os problemas

Tudo mil maravilhas e claro começam os problemas também. Dona Avelina e Senhor Arlindo não suportavam a idéia de ver a filha namorando um negro. “Minha mãe chegou a dizer que preferia me ver morta que casada com um negro”, lamenta Nina, em tom áspero, não deixando de mostrar seu ressentimento com a mãe, mas eles não desistiram e a moça firmou e não terminou o namoro com Zezé.
Os pais percebendo que a filha não os ouvia, resolveram chamar o filho mais velho, Antenor de Souza Gargo, o Fiuco, que morava no estado de Goiás, para que ele convencesse a irmã de que não deveria continuar com o namoro. Antes, porém, Fiuco resolveu conhecer o rapaz com quem Nina estava.
Fiuco conheceu, perguntou, buscou a ficha completa de Zezé e chegou à conclusão de que era um moço de boa índole e “direito”, não via problemas no namoro. Mesmo assim, Avelina convenceu a família de que o melhor seria a filha longe da cidade e que ela deveria morar com o irmão mais velho. Nina ouvindo a proposta disse que concordava em ir morar com Fiuco, desde que ele aceitasse que Zezé a fosse ver todo mês porque ela não se separaria dele. Com essa proposta Nina ficou em Ponte Alta e assumiu o noivado.

Um amor que supera tudo - 2

Zezé

Zezé nasceu e cresceu em Uberaba, interior de Minas Gerais. De família humilde, não chegou a conhecer os pais. Antes mesmo de completar um mês de vida, o pai faleceu e mãe suicidou de desgosto. Até os nove anos foi criado pelos avôs Marçal Basílio de Oliveira e Maria das Dores de Oliveira, e depois pelos tios Antônio Inácio e Josefina Maria de Jesus.
Aos 18 anos entrou para servir o tiro de guerra. Lá arrumou um amigo que tinha uma namorada e precisava de companhia para a cunhada. Não pensou duas vezes e chamou Zezé para formar o quarteto. Ele então começou a namorar Eni Ferreira. A sogra, Maria Ferreira, era muito brava e protetora, e só permitia que o namoro continuasse se eles assumissem o noivado. Jovem e com os hormônios a flor da pele, não pensou duas vezes. “Eu não gostava dela, noivei só pra ter mais intimidade mesmo”, se defende Zezé.

Nina

Enquanto isso a descendente espanhola Nina, morava na cidade onde nascera, Ponte Alta, a 40 quilômetros de Uberaba. Os pais, Arlindo Gargo Durão e Avelina de Souza Gargo, mantinham os olhos atentos à única filha. Ao terminar o tiro, Zezé recebeu a proposta de ir trabalhar na pedreira da cidade de Ponte Alta. Desempregado, aceitou e foi morar na pequena cidade.

Um amor que supera tudo - 1

“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
I Coríntios 13, 4-7


Zezé e Nina
José Sebastião de Oliveira, o “Seu Zezé”, é um senhor de 75 anos que toca violão, viola, contrabaixo, sanfona, gaita e por aí vai... Arlinda de Souza Oliveira, a “Dona Nina”, tem a mesma idade de Zezé, faz bordado, fuxico, tricô e se define como a “estante” dele.
Ele é um negro alto, usa óculos e os cabelos já são brancos. Nina também já tem os reflexos da “melhor idade”, os cabelos, na maioria das vezes presos, tem um tom cinza. É baixinha e, mesmo com o olhar terno que só as avós tem, garante ser uma espanholinha de gênio forte. Os dois formam um casamento que já completou 54 anos em maio de 2010. Uma história que passa por várias turbulências até que eles tenham um final feliz.
A entrevista começa na casa deles, eu me sento em um sofá e eles em outro, de frente conversamos. Ele, sempre carinhoso, pedia a confirmação de tudo o que falávamos e ela aos poucos abria o livro de sua vida sem perder o humor. Já no começo, ela diz que quem manda é ela.
Assim a segue não uma entrevista, mas uma conversa agradável em uma casinha, no alto do bairro Cartafina em Uberaba, sobre histórias de um tempo que hoje causam gargalhadas, mas antes foi motivo de muitas lágrimas.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Santuário D’Abadia comemora Centenário de Pe. Ângelo Pozzani

No mês de setembro o Santuário de Nossa Senhora D’Abadia festejou o centenário do querido e saudoso Padre Ângelo Pozzani. Foram diversas homenagens e celebrações iniciada no dia 16 de setembro com Sessão Solene na Câmara Municipal.
Dia 26 de setembro, Celebração Eucarística abrindo a semana de comemorações, presidida pelo Provincial, Pe. Eriberto Xavier dos Santos. Dia 27 de setembro comemoração nos setores da Paróquia de Nossa Senhora D’Abadia. Dia 28, a Celebração Eucarística presidida por Dom Aloísio Roque Oppermann CSJ, Arcebispo Metropolitano de Uberaba.
Finalizando a semana, no dia 29 de Setembro, às 20 horas, no Santuário, foi feita a entrega da Comenda Comemorativa do Centenário de nascimento do Pe. Ângelo Pozzani. Foram agraciadas 59 pessoas, vivas ou falecidas, que tiveram ligação mais estreita de amizade ou de trabalho com o homenageado.
Além dessas comemorações, no Saguão da Prefeitura Municipal de Uberaba, pertences e fotos do Pe. Ângelo, ficaram expostos por duas semanas, relembrando sua história e passagem por Uberaba.
Pe. Ângelo Pozzani nasceu dia 29 de setembro de 1910 na Itália. Em 1936 foi ordenado Padre na Congregação Estigmatina e no mesmo ano veio para o Brasil como missionário. Passou por Rio Claro e Palmeiras no estado de São Paulo, Planaltina, Morrinhos e Formosa em Goiás. Em 1946 esteve em Uberlândia, e em 1947 chega em Uberaba,
onde permaneceu por 53 anos de sua vida, sendo 30 deles como Pároco do Santuário de Nossa Senhora D’Abadia.
“Pe. Ângelo será sempre lembrado por sua braveza, mas, ao ser abordado por uma criança ou por um pobre, se transformava sempre em pura amabilidade”.

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Reportagem colaborativa para o Jornal "O Santuário" do Santuário de Nossa Senhora D'Abadia.

José de Souza

José de Souza tem 67 anos, é casado com Maria Aparecida de Souza e tem quatro filhos e há quase 20 anos trabalha na Comunidade de Nossa Senhora da Alegria.
Ajudou na construção da Igreja, já trabalhou nas pastorais do canto, liturgia e na Comunidade Eclesial de Base - CEBs. Atualmente trabalha na Pastoral do Dízimo e participa em todos os eventos que a comunidade promove.
Além disso, ele também é um dos colaboradores que ajudou a fundar o Grupo Alegria de Alcoólicos Anônimos (AA), que em janeiro completa doze anos de atuação na Comunidade de Nossa Senhora da Alegria. O Grupo AA funciona como terapia de grupo e se reúne nas quintas-feiras às 20 horas. “Minha alegria é ver meus filhos seguindo esse caminho de Deus”, conta José - que não mede esforços para ajudar nos trabalhos da comunidade e da paróquia. O Santuário de Nossa Senhora D’Abadia juntamente com a Comunidade da Alegria agradecem a toda ajuda que o senhor José dispôs todos esses anos e continua. A ele, exemplo de Cristão que Faz, o nosso muito obrigado.

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Texto colaborativo para o Jornalzinho "O Santuário" do Santuário de Nossa Senhora D'Abadia.

Uniube inaugura novas narrativas de aprendizagem

De canoa pela Amazônia, no lombo de um jegue pelo sertão, ou sem sair de casa na Baixada Fluminense. A EAD – modalidade de ensino a distância da Uniube (Universidade de Uberaba) vem abrindo novos horizontes para 16 mil alunos de todo o Brasil, através de 26 cursos de nível superior. Estudantes que, sem a educação a distância, estavam impedidos de ter acesso a uma universidade, por causa das dificuldades de deslocamento, horários incompatíveis ou custos adicionais. Universitários que estão ligados à Uniube através de 63 polos regionais, instalados desde o Pará até o Paraná, passando por 14 Estados. Nesses polos, eles retiram material, têm acesso às aulas presenciais e prestam provas de avaliação. Contam também com a ajuda de professores preceptores e web orientadores.

Alunos como Alcides José dos Santos (31), que concluiu o Curso de História em março deste ano e mora em Brejetuba, no Espírito Santo. Alcides não tem horário para chegar em casa e estava impossibilitado de frequentar um curso inteiramente presencial. Mesmo a distância, precisou de muita disciplina para chegar à formatura em maio deste ano. “Quando você quer muito fazer uma coisa, se esforça para conseguir. A EAD depende só de você, porque no presencial tem o professor que pode ajudar, mas a distancia, se você não fizer, ninguém faz”, ressalta. Alcides garante que a modalidade “exige mais e, por isso, o aluno aprende mais”.

Para a mineira Gislene Maria de Oliveira Santos (39), do 5º. período do Curso de Pedagogia, o principal ingrediente para o aluno da EAD é a determinação. Sem tempo para frequentar um curso presencial, Gislene organiza seu horário de estudo. “A disciplina é essencial para conseguir. Para mim, a EAD é mais simples que o presencial, porque posso contar com um professor ‘exclusivo’ . A preceptora me orienta, pode ser por telefone, por e-mail e ou na Uniube mesmo”, diz Gislene, que ingressou na educação a distancia em 2007 e reside em Uberaba.

O diretor geral da EAD, Fernando César Marra e Silva, está convicto de que o ensino a distancia é um agente de transformação social e veio democratizar as oportunidades de acesso ao conhecimento científico. “A maior parte dos alunos são pessoas que não tiveram oportunidade de cursar a faculdade quando estavam entre 18 e 25 anos. A média de idade dos alunos nossos é acima de 30 anos, então, o aluno já chega maduro e sai mais maduro ainda”, garante Marra.

Desde 2005, quando a Uniube foi credenciada pelo Ministério da Educação (MEC) e passou a ofertar pela EAD o curso de Pedagogia, o número de cursos oferecidos na modalidade a distância aumentou para 26. Os primeiros alunos graduados em cursos de licenciatura, concluíram a faculdade no ano passado. Fernando Marra diz que, de 2008 para frente, as formaturas são regulares, lembrando que como ocorre na modalidade totalmente presencial, a duração dos cursos varia de três anos e meio a cinco anos.

Para manter a motivação e reduzir os índices de evasão, o diretor diz que a Uniube passou a utilizar, neste ano, novas ferramentas de aprendizagem. As aulas explicativas em DVD`s que chegam para os alunos ampliam o aprendizado que era oportunizado apenas por meio de livros, seminários e oficinas de apoio. Outro aliado são as videoconferências entre professores e alunos, além dos web orientadores, nas quais professores, por meio de salas de bate-papo, deixam materiais e tiram dúvidas. “A web aula já é consagrada no Brasil. O Sebrae já a utiliza em larga escala e as grandes universidades também. Então, nós fizemos a escolha dessa plataforma tanto pela segurança que ela nos trouxe, quanto pelas ferramentas que ela oferece. E nós continuamos, mesmo no ambiente de web, utilizando o mesmo rigor no controle de qualidade do curso”, destaca Fernando.

Atualmente, segundo o professor Rener Brito, web orientador do curso de Administração, cinco dos 26 cursos já utilizam orientadores web e, nos demais, os professores preceptores têm contato direto com os alunos.

Sistema virtual melhora a qualidade do ensino

O crescimento da modalidade a distancia não ocorreu apenas na demanda. As inovações são constantes, como, por exemplo, no modelo totalmente virtual inaugurado no dia 16 de abril. Chamado de Uniube On-Line, a EAD virtual foi aberta com uma turma de 56 alunos. “Eles são de várias regiões como, por exemplo, de Barbacena ou Belo Horizonte, em Minas, ou Duque de Caxias, no Rio. Uma mesma turma, mas totalmente virtual, num novo modelo e uma nova plataforma desenvolvida pela Uniube”, diz o web orientador Rener Brito.
A primeira turma do EAD virtual estará graduada em história daqui a três anos, numa experiência pioneira, ressalta a professora Maria Aura Marques Aidar, gestora do curso. “Esse modelo já está autorizado pelo MEC e nós vamos aprendendo todo dia, porque não existe literatura em quantidade sobre educação totalmente virtual, nem experiências anteriores. Então, a Uniube é quase que pioneira. É um caminho, um desafio manter este aluno estudando tanto tempo longe, só pelo computador. Um desafio para o aprendizado, porque tudo é muito novo,” enfatiza, lembrando que o estudante da Uniube On-Line ainda comparece aos polos para avaliação, mas até que um sistema de identificação, como leitura digital, seja implantado.
A professora Maria Aura trabalha na modalidade de ensino a distância desde 2004, e enumera algumas particularidades desse modelo. “No virtual, por exemplo, nós teremos ingresso todo mês, sem obrigatoriedade de fechar turmas de 30 ou 40 pessoas. Posso ter uma turma com cinco pessoas, porque elas não estão vinculadas à sala de aula. É possível ter turmas em diferentes Estados do Brasil, todos no mesmo grupo, por isso, existe maior possibilidade de ingresso”, explica. Para todos os 26 cursos da EAD, o vestibular é presencial e ocorre nos polos. A frequência mínima às aulas presenciais é de 75%, como ocorre nos cursos tradicionais.
De acordo com a direção da EAD, depois do curso de História, a tendência agora é ofertar o curso totalmente virtual para bacharelado em Administração, pPdagogia e demais licenciaturas.

Desempenho e avaliação

Artigo publicado na edição de 15 de abril, da Revista Veja, intitulado “É possível aprender a distância”, menciona a mais recente avaliação do Enade (o novo provão). Em metade dos cursos avaliados, a modalidade a distância mostrou resultados melhores que os cursos presenciais. “A EAD acaba sendo uma aprendizagem interativa. Sabe-se que uma aprendizagem ativa é superior à passiva”, pondera o economista Cláudio Castro.
Na mesma linha de pensamento, a professora Maria Aura Marques Aidar considera que “o aprendizado não depende da forma como o aluno estudou, mas como aproveitou”. A professora é enfática. “A educação a distância não vem com uma tarja preta escrita ‘educação a distância’, é um diploma igual à outra graduação, não tem indicação que foi feito a distância. Portanto, pelo diploma, é impossível haver discriminação. E quanto ao sucesso profissional depende muito de cada um”, salienta.
Outro benefício do EAD apontado pela gestora do curso de História é o custo benefício comparado às graduações presenciais já que, além da mensalidade ter custo inferior, o aluno não tem despesas extras com transporte e alimentação, estuda em casa e fixa seu horário.
Os diplomas do EAD têm a mesma validade de cursos presenciais e são emitidos exclusivamente pela Uniube, instituição autorizada pelo MEC para certificação de cursos superiores. As avaliações consistem em atividades não-presenciais e presenciais, por meio de atividades previstas em roteiros de estudo e provas.
O modelo de educação a distância criado em Uberaba foi levado também para Moçambique, na África, a pedido do reitor da Universidade Politécnica, e está sendo estendido também a outros países africanos. Para os futuros alunos, o diretor Fernando Marra não deixa dúvidas. “Primeiro que a universidade tem 62 anos de tradição e a nossa experiência com EAD não começou com uma aventura, e logicamente temos um capital intelectual”, enfatiza. Os cursos mais procurados são Pedagogia, com 50% da demanda, seguido por Administração e Ciências Biológicas.

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Reportagem feita para a disciplina de Jornalismo Impresso, ministrada no 3º Periodo do Curso de Comunicação Social - habilitação para Jornalismo. Orientada pela professora Celi Camargo.

Curso de Jornalismo da Uniube completa 52 anos com vitalidade renovada

A autorização do Ministério da Educação é datada de 1957, quando o curso de Jornalismo ainda era oferecido pelas Faculdades Integradas Santo Tomás de Aquino (Fista). Em 1981, a instituição dos dominicanos foi incorporada pelas Faculdades Integradas de Uberaba (Fiube), criadas por Mário Palmério. Em 1988, a Fiube se tornou a Universidade de Uberaba (Uniube) e ampliou os cursos oferecidos. Neste período, o curso de Jornalismo funcionou ininterruptamente.

No decorrer de cinco décadas, o Jornalismo passou por diversas transformações. Essa trajetória levou o aluno Josuá Barroso se interessar pela pesquisa dessa memória em seu projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Ele acredita que dois fatores marcaram o percurso: a revolução da tecnologia, que acarretou a praticidade de fazer Jornalismo, e quando, em 1998, Edvaldo Pereira Lima, assumiu a direção da Comunicação da Uniube, implantando uma narrativa jornalística mais humanizada, por meio do Jornalismo Literário.

André Azevedo da Fonseca foi aluno, professor e recentemente assumiu a coordenação do curso de Comunicação, sucedendo Raul Osório. Estudioso de Paulo Freire e atento às inovações pedagógicas e às novas tecnologias, o novo diretor estimulou a criação e a reformulação dos projetos, convidando todos os alunos para participar mais das atividades do curso. "O objetivo é entusiasmar os estudantes para fortalecer nossa identidade, favorecer o espírito de iniciativa e estimular um clima de autonomia entre os universitários", conta Fonseca.

Novos projetos
Os tradicionais jornal-laboratório Revelação e o programa de TV Fábrica, ambos produtos experimentais usados para aprendizagem do aluno, estão sendo reformulados com a participação direta de alunos. Uma outra equipe está trabalhando para criar o Portal da Comunicação no Wordpress.

Além disso, novas experiências são testadas. As produções em rádio estão sendo veiculadas em podcast (http://radiouniube.podomatic.com), o programa Fábrica será disponibilizado no YouTube (www.youtube.com/programafabrica) e toda a produção do Festival do Minuto também estará disponível on-line (www.youtube.com/minutouniube). Através de parcerias com as rádios, alunos estão veiculando programas criativos, como o Sarapatel Musical, na Rádio Uberaba (http://sarapatelmusical.podomatic.com); e a História da MPB, na Rádio Universitária (em breve).

Por fim, há os projetos que já estão em pleno desenvolvimento. Depois de dez anos, a produção do Pôr no Mural foi retomada, levando informação sobre todos os cursos nos murais do Campus Aeroporto. O Conecta é uma newsletter destinada à veiculação dos projetos e eventos realizados pela Comunicação para todos alunos e ex-alunos da instituição. Para receber o informativo, basta enviar um e-mail para conecta@uniube.br com o assunto: "cadastrar".

O curso da Uniube é o mais antigo de Minas Gerais e tornou-se uma referência de ensino em toda a região

No espaço do Campus, o Sexta’n Roll (http://sextanroll.blogspot.com) traz música das bandas locais, toda sexta-feira, às 18h, na praça do bloco da Comunicação. Na área de cinema, o Cineclube Uberaba (http://cineclubeube.blogspot.com) e Comunica.doc exibem filmes e documentários de qualidade aos alunos. Abrangendo as artes cênicas, alunos dos primeiros períodos estão montando um grupo de teatro. O grupo de estudo em Comunicação e Imaginários Sociais (http://imagicom.blogspot.com) já conta com alguns trabalhos publicados em congressos nacionais.

Um dos principais projetos em desenvolvimento é a Blogosfera da Comunicação (http://blogosferadacomunicacao.blogspot.com). (A propósito, o layout desta página é uma referência à blogosfera.) Para cada disciplina, há um aluno representante e um blogueiro. O representante é a voz da turma e cuida para que aluno, professor e coordenação estejam diretamente ligados. O blogueiro é responsável por disponibilizar no blog da disciplina o material trabalhado em sala de aula, de modo que o aprendizado continue virtualmente. Esses dois projetos já têm, ao todo, 128 alunos envolvidos.

“Nosso diferencial está na formação de um aluno com perfil empreendedor, espírito de iniciativa e habilidade nas novas tecnologias. Queremos formar estudantes comprometidos com as três linhas de pesquisa do curso, que são: responsabilidade social, cultura e memória, e comunicação e educação", conclui o diretor.

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Reportagem feita para a disciplina de Redação Jornalistica, ministrada no 4º Periodo do Curso de Comunicação Social - habilitação para Jornalismo. Orientada pela professora Indiara Ferreira.

Dona Nina e seu Zezé: um amor construído para durar

Nos anos 50, José Sebastião de Oliveira, o Zezé, acabava de servir o Tiro de Guerra, em Uberaba. Simpático, arrumou uma namorada, Eni Ferreira. Com poucos meses de relacionamento, resolveu pedir a moça em noivado. “Eu não gostava dela. Fiquei noivo por ficar”, Zezé se defende.

Emprego na cidade estava difícil arrumar. Eis que surgiu uma proposta de trabalhar na pedreira de Ponte Alta, cidadezinha a 40 km de Uberaba. Sem perder tempo, ele foi embora. Após alguns dias na cidade, conheceu Arlinda de Souza Oliveira, a Nina, por quem logo se encantou.

Ele iniciou um namoro com Nina, mas continuou com a noiva de Uberaba. Naquele tempo, ainda tocava nos bailes nas fazendas, sempre arrumando um rabo de saia para se divertir. “Ele adiantava o relógio quando estava comigo para sair mais cedo e se encontrar com as outras”, conta Nina.

Tudo seguia muito bem para Zezé até que apareceu a sogra de Ponte Alta, que não aceitava o namoro da filha com um negro. Nina lutava pelo amor e, com a ajuda do irmão, Antenor de Souza Gargo, convenceu dona Avelina que Zezé era bom partido e, então, o casal ficou noivo.

O noivado de Uberaba continuava. Até que um dia, Eni descobriu que fazia parte de um triângulo amoroso. Foi até Ponte Alta para esclarecer tudo na sala da casa de Nina. Lá, estavam reunidos Zezé, suas duas noivas e as respectivas sogras. Os noivados foram desfeitos e as alianças devolvidas. “Na hora de entregar as alianças, eu tirei a da Nina do dedo e a da Eni da carteira”, relata Zezé.

A traição não foi o bastante para fazer Nina esquecer o amado. “Eu sabia que ele era mulherengo, sabia da outra noiva, da vida inteira dele, mas eu gostava dele... Gostava não, eu gosto, sou louca por esse homem”, comenta entre suspiros apaixonados. O namoro seguiu as escondidas da família, sob os olhares afetuosos e cúmplices da madrinha Isaura Costa, que vigiava para que ninguém ficasse sabendo dos encontros, que duraram seis meses.

“Eu estava cansada de me encontrar com ele às escondidas. Então, perguntei se tinha coragem de assumir o noivado comigo de novo. Não precisava pedir para ninguém, eu já era maior de idade”, foi o ultimato de Arlinda. Funcionou. Eles ficaram noivos novamente.
“Quando eu via a Nina meu coração dava umas aceleradas. Sabia que era com ela que eu iria me casar”, disse Zezé. O casamento aconteceu em 12 de abril de 1956, dia em que, segundo o noivo, foi o mais feliz da vida dele.

Após o casamento, as festas continuaram, porém Zezé estava sempre acompanhado da sua esposa Arlinda. Até mesmo quando os filhos vieram, Lemart e Lenard, nos bailes em que Zezé tocava, todos iam.

Cinqüenta e três anos depois do casamento, ambos com 74 anos de idade, aproveitam os momentos livres que a aposentadoria proporciona vivendo um para o outro. Também participam das atividades da Unidade de Atendimento ao Idoso (UAI) e das Paróquias de Nossa Senhora D’Abadia e São José.

“Eu não sei dar um passo sem o Zezé. Quando fico longe dele, parece que falta um pedaço de mim. Eu fico perdidinha”, finaliza Nina.

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Reportagem feita para a disciplina de Redação Jornalistica, ministrada no 4º Periodo do Curso de Comunicação Social - habilitação para Jornalismo. Orientada pela professora Indiara Ferreira.